sábado, 1 de setembro de 2012

CONGRESSO LATINO AMERICANO DE ENOTURISMO - 2º DIA....

O II Congresso Latino Americano de Enoturismo realizou nesta sexta-feira, dia 31 de agosto, o segundo dia de atividades.
 A programação contou com quatro painéis, além do lançamento do livro “Enoturismo”, das autoras Eliza Dalanhol e Hernanda Tonini. A obra busca entender a realidade de regiões produtoras de vinho do Brasil e de outros países.

Ivane Fávero ao lado de Carlos Paviani (D) junto a painelistas de Portugal e Itália.

PAINEL “O ENOTURISMO NO VELHO MUNDO”, com mediação do diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani.
Case I: “Le Strade del Vino e Del Sabore”, na Itália. A apresentação foi feita pelo chef sommelier Antonio Garafolin. “Se quisermos falar de um produto que marca um território, precisamos falar de cultura, de comida, da tradição do local. Na Itália, a culinária é muito forte e lembrada em todo o mundo. Quanto ao vinho associado ao turismo, precisamos pensar que temos dois tipos de turista. O que permanece no local por mais tempo e o que faz uma visita mais rápida. Os dois precisam ser marcados pelas sensações que o local proporciona. Precisamos também valorizar quem cultiva a uva e produz o vinho e quem vende. Eles precisam se sentir importantes para o desenvolvimento da região, ter consciência do seu potencial”.
Case II: “O enoturismo em Portugal”, com apresentação feita pelo Vice-Presidente da Câmara de Cartaxo, Bernardo Pereira. “A cultura do vinho é uma arte. Uma adega não pode ser vista apenas como uma casa que vende vinhos. Considerando que o produto é mundial, devido à quantidade de lugares onde é produzido, cada região precisa apresentar outros produtos associados à bebida. Produtos materiais ou imateriais. O vinho é muito mais do que a bebida, no peço. Precisamos pensar em produtos associados, no modelo da garrafa, na propaganda. Já vi vinhos sendo comprados pelo modelo da garrafa. Houve um tempo, quando o vinho era bebido apenas por homens, que a cerveja começou a invadir o território português. Nós trabalhamos, então, para a popularização do produto, e também com um valor mais acessível, capaz de concorrer com outras bebidas. A nossa vantagem é produzirmos uma bebida recomendada pelos médicos. Parcerias com companhias aéreas também devem ser firmadas, assim como fizemos com a TAP, maior companhia da Europa. Ela serve vinhos portugueses nos vôos. Acredito que todos os países produtores de vinho devem fazer isso”. Cartaxo assinou, durante o evento, a gemeação com Bento Gonçalves.
Case III: “As cidades do Vinho”, explanada pelo secretário geral da Associação dos Municípios Produtores de Vinho (AMPV), José Arruda. “Desenvolvemos projetos que fortaleçam a economia do vinho. A cultura, o turismo, promovemos cursos, festivais. Ações capazes de consolidar o produto. Temos uma preocupação em especial também com os jovens produtores de vinho, para que possam dar sequência ao trabalho. Proponho a integração de cidades produtoras não só da Europa, mas com a América.”

PAINEL “MERCOCIDADES E A ROTA TCHÊ/ROTA DO VINHO DO MERCOSUL”, com mediação da Secretária de Turismo de Bento Gonçalves, Ivane Fávero. O tema foi apresentado pelo secretário adjunto da Secretaria de Turismo de Porto Alegre, Álvaro Bertoni e pelo sub Diretor Geral de Turismo de Maldonado/URU. A Mercocidades é uma rede formada por mais de 260 cidades do Mercosul – entre elas, Bento Gonçalves -, que buscam articulação política e social, buscando a integração regional de forma democrática. A rede trabalha com 17 temáticas. Uma delas é o turismo. Dentro desta temática, uma das propostas é fortalecer o enoturismo. Por isso, foi criado, no início deste ano, a “Rota Tchê”, que deverá integrar municípios turísticos produtores de vinho, buscando, em especial, atrair o visitante europeu.
Edredom nos parreirais
PAINEL “PRÁTICAS DO ENOTURISMO NO BRASIL”.
Case I: “Edredom nos Parreirais”, com a enóloga e diretora da Vinícola Cristofoli, de Bento Gonçalves. “As pessoas querem sentir, vivenciar, não querem mais o ‘produto enlatado’. O Edredom nos parreirais surge como uma proposta para harmonizar vinhos com originalidade, surpresa, bom gosto, arquitetura, delicadeza e paisagem. Inicialmente, o Edredom nos Parreirais era oferecido em apenas um horário do dia, e sempre o mesmo cardápio. Colocávamos, debaixo das parreiras, um edredom, servíamos vinhos, colocávamos uma música, e o visitante ficava no local por algumas horas. Com o tempo, disponibilizamos o programa em vários horários, com nomes poéticos (Manhã Carinhosa no Edredom, Almoço Charmoso no Edredom, Dolce Far Nhente no Edredom) e criamos novos pratos.”
Case II: O sommelier da vinícola Salton, de Bento Gonçalves, Vinícius de Miranda Santiago, apresentou algumas das ações da vinícola no papel enoturístico. “Recebemos três tipos de turistas: Os que não entendem de vinhos, os que nunca tomaram vinhos e os que acham que entendem de vinho. Independente disso, procuramos proporcionar uma boa experiência para todos. Investidos em produtos com diferenciais, como os jantares harmonizados cursos de degustação de vinhos com queijos e chocolates, além de criar pacotes específicos para grupos. Uma vez, oferecemos a um grupo de filósofos o “Vinho e Erudição”, que abordam a cultura erudita através da música, escritos.”
Case III: “Cave Colina”. A Cave, situada dentro da ferrovia que liga Curitiba a Paranagua, é de propriedade de Ari Pinto Portugal, que fez a apresentação. “A cultura do vinho costuma marcar gerações. Esse não é meu caso. Minha família não produzia vinhos. A cave surgiu de um desejo pessoal, e pode contar com o apoio de empresas que acreditaram no projeto, pelo seu diferencial. A partir do final deste ano, começará a receber visitantes.”
Case IV: a diretora da Rota do Vinho do Valle Del Muale, Daniela Guilmore, do Chile, abordou o tema “Etnoturismo e Enoturismo no Chile”. “O Chile possui muitos atrativos naturais e culturais, mas o mais lembrado é o vinho. Nos últimos 14 anos, percebemos que o país tem se desenvolvido como local turístico em todas as regiões. Aliado ao vinho, precisamos fortalecer a gastronomia local, entre outros atrativos”.
Case V: o representante da Bodegas de Argentina apresentou o tema “Inovação e tradição no enoturismo da Argentina. “Possuímos um observatório de enoturismo para o recolhimento de dados do setor. O enoturismo vem crescendo anualmente, graças ao empenho das vinícolas, que oferecem atrativos diferenciados, como experiências gastronômicas, degustações diferenciadas, ciclos de cinema no meio dos parreirais, além de incentivarem a visita dos moradores próximos, através da isenção da taxa de entrada, para que estes saibam passar informações sobre o local ao turista.
Case VI: a diretora da Vinícola Juan Carrau, Margaritta Carrau, do Uruguai, contou sobre a relação da família com o vinho, datada de 1752, com os primeiros vinhedos na Espanha. A família possui atualmente vinícolas no Uruguai e em Santana do Livramento/RS. “Meu pai exerceu importante papel no enoturismo da Região Uva e Vinho, com a construção do Chateau Lacave”.
Case VII: A Ketek Eventos & Turismo, de Mendonza/ARG, foi apresentada pela diretora Romanella Paggi, que abordou o papel das operadoras de turismo para o desenvolvimento do setor. “O operador tem que encontrar formas de vender o produto. Uma venda não é igual a satisfação do cliente. A satisfação ocorre quando o cliente tem a experiência e contribui com a divulgação do produto. Destaque para a promoção que pode ser feita através dos meios de comunicação.”

PAINEL “FATORES QUE MOBILIZAM A ESCOLHA POR UM DESTINO ENOTURÍSTICO, apresentado pela doutora em Turismo, Margarita Barretto. ‘Há turistas que viajam especificamente para conhecer um roteiro enoturístico. Mas tem aqueles que acabam ‘esbarrando’ na cultura do enoturismo, que estão buscando outros pontos, mas se deparam com esta cultura. Há fatores determinantes (externos à vontade do consumidor) e motivacionais (internos aos desejos). Um dos fatores determinantes para uma cidade turística é a infraestrutura. Isso envolve sinalização, tecnologia, rede de saneamento, entre outros. Quando falamos em políticas públicas relacionadas ao turismo, não podemos pensar apenas na promoção. Têm que haver políticas que façam parte do todo que engloba o turismo. Quanto ao perfil dos consumidores, há estudos em outros países, como a Austrália - que muito se parece com o Brasil por ser novo mundo, de grande dimensão e com problemas semelhantes no transporte - Sugiro uma aproximação com o país. O turismo e a cultura precisam se beneficiar, mas isso não significa que iremos usar a cultura como produto turístico. Falamos muito em turismo sustentável, mas é preciso pensar se os projetos que temos na área são sustentáveis do ponto ecológico.”
Ivane Favero
            Na conclusão do segundo dia, a secretária Ivane fez uma análise e os encaminhamentos do evento. “Estamos muito satisfeitos com o evento, todos os objetivos foram atingidos. Já recebemos o interesse do Uruguai e da Argentina em realizarem o evento em 2013. Isso dependerá da formalização da postulação, que será avaliada pelo grupo de palestrantes do 2º Congresso. Muito positiva, também, foi a participação do setor público, através do Ministério do Turismo, da Embratur e da Secretaria Estadual do Turismo. Já tivemos o anúncio da construção de um acordo de cooperação entre Embratur e Ibravin, para promoção do enoturismo. O Congresso já trouxe avanços para o setor”, conclui a Secretáia.
            O II Congresso Latino Americano de Enoturismo encerra no sábado, 1 de setembro, quando os participantes poderão visitar os roteiros turísticos da cidade. O evento é uma promoção da Secretaria Municipal de Turismo (SEMTUR), com apoio de associações de vinho e turismo.

Aguarde mais noticias e fotos.

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