domingo, 3 de junho de 2012

ESPECIAL BIBI FERREIRA AOS 90 ANOS

Bibi Ferreira completa 90 anos no dia 10 de junho, e nos do Jornal Jardins queremos parabenizar a grande Dama do Teatro Brasileiro e dizer somos muito honrados de contar com uma atriz desse porte no cenário artistico brasileiro. Ela é nossa.

Nome completo Abigail Izquierdo Ferreira
Nascimento 10 de Junho de 1922 (89 anos)
Salvador, BA
É filha do ator Procópio Ferreira e da bailarina espanhola Aída Izquierdo.
Nem Bibi sabe ao certo o dia em que nasceu. A mãe dizia que ela nascera em 1º de Junho; o pai falava que a data era 4 de Junho mas, sua certidão de nascimento traz a data de 10 de Junho.
Fez sua estreia teatral aos 24 dias de vida, na peça Manhãs de Sol, de autoria de Oduvaldo Vianna, substituindo uma boneca que desaparecera pouco antes do início do espetáculo. Logo após os pais se separaram e Bibi passou a viver com a mãe, que foi trabalhar na Companhia Velasco, uma companhia de teatro de revista espanhola. Seu primeiro idioma, até os quatro anos, foi o espanhol. O idioma português e o grande amor pela ópera ela viria a aprender com o pai.

Logo após os pais se separaram e Bibi passou a viver com a mãe, que foi trabalhar na Companhia Velasco, uma companhia de teatro de revista espanhola. Seu primeiro idioma, até os quatro anos, foi o espanhol. O idioma português e o grande amor pela ópera ela viria a aprender com o pai. De volta ao Brasil, tornou-se a atriz mirim mais festejada do Rio de Janeiro.
Entrou para o Corpo de Baile do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, onde permaneceu por longo tempo, até estrear na companhia do pai. Aos nove anos teve negada a matrícula no Colégio Sion, em Laranjeiras, por ser filha de um ator de teatro.
Completou o curso secundário no Colégio Anglo Americano e aperfeiçoou os estudos de balé em Buenos Aires, no Teatro Colón.
Em 1936 participa do filme Cidade Mulher, de Humberto Mauro, produzido e estrelado por Carmen Santos. Atua ao lado de Carmen, Mário Salaberry, Sara Nobre, Jaime Costa e outros. No filme, canta o samba Na Bahia, de Noel Rosa e José Maria de Abreu.
Em 1941 protagoniza a peça La Locandiera, de Carlo Goldoni, como a esfuziante Mirandolina.
No ano seguinte, monta sua própria companhia, por onde passam futuros grandes nomes do teatro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa, Henriette Morineau, Sérgio Cardoso e Nydia Licia. Torna-se uma das primeiras mulheres a dirigir teatro no Brasil.
Em 1944, montou sua própria companhia teatral com Sétimo Céu, reunindo alguns dos nomes mais importantes do teatro brasileiro, como Cacilda Becker, Maria Della Costa e a diretora Henriette Morineau. Pouco mais tarde, foi para Portugal, onde dirigiu peças durante quatro anos, com grande sucesso.
Em 1946, vai para Londres estudar direção na Royal Academy of Dramatics Arts. Na Inglaterra, estuda e trabalha em cinema
Em 1947, estréia como diretora em Divórcio, de Clemence Dane, em que também atua, como filha do personagem interpretado por Procópio.
Em 1947 filma O Fim do Rio (The End of River), de Derek Twist, no qual tem como partner o ator indiano Sabu.
Em 1949 interpreta Carlos, protagonista de O Noviço, de Martins Pena. Com sua companhia, viaja para o sul do país com um repertório de cinco espetáculos.
Em 1950 é protagonista de Almas Adversas, de Leo Marten, com argumento de Lucio Cardoso, e contracena com Fregolente, Lúcia Lopes, Graça Mello, Pérola Negra e Labanca.
1950- monta repertório com sua companhia e depois de bem-sucedidas temporadas cariocas, sai viajando pelo Brasil com elenco numeroso, grandes cenários e produções caprichadas. Dentre seus maiores sucessos está A Herdeira, de Henry James, em que além de protagonizar, também dirige, contando com Herval Rossano, Wanda Marchetti e Francisco Dantas no elenco.
1950- recebe o prêmio dos críticos do Rio de Janeiro pela direção de A Herdeira, de Henry James.
1952- Dá aulas de direção e interpretação no Teatro Duse e na Fundação Brasileira de Teatro (FBT). Contratada pela Companhia Dramática Nacional (CDN), dirige, entre outras, Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues.
1954. Nomeada diretora da Companhia de Comédia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, revela peças brasileiras como A Casa Fechada e Sonho de Uma Noite de Luar, ambas de Roberto Gomes.
1955. Simultaneamente a essas atividades, mantém a regularidade de suas produções e viagens pelo Brasil.
1955- Nomeada diretora da Companhia de Comédia do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, revela peças brasileiras como A Casa Fechada e Sonho de Uma Noite de Luar, ambas de Roberto Gomes. Simultaneamente a essas atividades, mantém a regularidade de suas produções e viagens pelo Brasil.
Em 1956, depois de se apresentar em Recife, leva o repertório de sua companhia para Lisboa, atuando também nas apresentações de Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, pela companhia de Procópio, em que ela dirige O Avarento, de Molière, e A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo. Em Portugal, é contratada como atriz de teatro de revista. Sua interpretação da música Tic-Tac - gravada no disco Quando Bate Um Coração - é considerada antológica pelo comediógrafo César de Oliveira. Retorna ao Brasil em 1960.
Em  1960, além de atuar em musicais de teatro e televisão, trabalha em teleteatro. Por sua atuação em My Fair Lady, de Alan Jay Lerner e Frederich Lowe, na temporada paulista do espetáculo, estrelado por Bibi e Paulo Autran.
Em 1960, iniciou a apresentação na TV Excelsior de São Paulo, de Brasil 60 (61, 62, 63, etc, conforme o ano), um programa ao vivo, que durante dois anos levou à televisão os maiores nomes do teatro. Na mesma emissora faz também Bibi Sempre aos Domingos. Bibi Ferreira participou, atuando ou dirigindo, de alguns dos grandes espetáculos teatrais e musicais montados no Brasil.
Em 1964, ao lado de Paulo Autran, Jaime Costa, Sérgio Viotti e Elza Gomes, recebe o Prêmio Saci, em São Paulo.
Em 1968 volta à televisão, mas sem o tape, e comanda na TV Tupi carioca o musical Bibi ao Vivo, com direção de Eduardo Sidney. Nele apresenta, canta e dança com a orquestra do Maestro Cipó e as coreografias de Nino Giovanetti no histórico auditório da Urca.
Em 1970, dirigiu Brasileiro, Profissão: Esperança, de Paulo Pontes (foi numa das versões desse espetáculo que pela primeira vez dirigiu a cantora Maria Bethânia, na outra versão dirigiu Clara Nunes).
No final dos anos 70 , Bibi e o dramaturgo Paulo Pontes viveram por quase oito anos uma relação de amor, até a morte de Paulo.
Em 1972, atua em O Homem de La Mancha, traduzido por Paulo Pontes e Flávio Rangel, com versão das canções feitas por Chico Buarque e Ruy Guerra, que permanece em temporada, em diversas cidades, durante três anos. 
Na transmissão que fez para a TV Tupi, em 1972, da entrega do Oscar, mostrou todo esse potencial. Mantendo-se sempre discreta e reclusa em sua vida pessoal, sabe-se que depois de um casamento com o diretor Carlos Lage e outro em seguida com o ator Herval Rossano, casou-se silenciosamente, e pela terceira vez, com um aparentado de Paschoal Carlos Magno, com quem tem uma filha, Teresa Cristina.
1974- Bate recordes de público no Canecão.
Em 1975, estréia em Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, sob a direção de Gianni Ratto, que permanece em cartaz até 1977 e recebe os prêmios Molière e Associação Paulista dos Críticos de Artes - APCA, pela interpretação de Joana.
Em 1976, dirige Walmor Chagas, Marília Pêra, Marco Nanini e 50 artistas em Deus lhe Pague, de Joracy Camargo.
Na década de 1980, a notoriedade de Bibi Ferreira faz com que receba os mais diferentes convites. Dirige de textos comerciais a peças de dramaturgia sofisticada, de musicais de grande porte a dramas intimistas.
1980, ela dirige Toalhas Quentes, de Marc Camoletti.
1981, Um Rubi no Umbigo, de Ferreira Gullar, e Calúnia, de Lillian Hellmann, como Gay Fantasy, revista com travestis que permanece um ano em cartaz no Teatro Alaska, Rio de Janeiro. Com sua produção e direção, estréia O Melhor dos Pecados, de Sérgio Viotti, promovendo a volta aos palcos de Dulcina de Moraes, após vinte anos de ausência.
1981, em que promove a volta aos palcos de Dulcina de Moraes, após vinte anos de ausência.

1983 volta aos palcos com Piaf, A Vida de Uma Estrela da Canção,  espetáculo de grande sucesso de público e crítica. Por sua atuação recebe os prêmios Mambembe e Molière.
1984, e, no ano seguinte, da Associação Paulista de Empresários Teatrais e Governador do Estado. 
O espetáculo, que faz muitas viagens, permanece seis anos em cartaz e, em quatro anos, atinge um milhão de espectadores, incluindo uma temporada em Portugal, com atores portugueses no elenco. Em São Paulo, o crítico Sábato Magaldi escreve, no Jornal da Tarde, sobre seu desempenho: "A voz poderosa, a interpretação sensível, a pronúncia francesa perfeita só poderiam pertencer à própria Piaf. E fica patente, de imediato, que tamanhos dotes devem ser creditados à nossa atriz.
Outra grande qualidade da linha escolhida: em nenhum momento Bibi pretende imitar Piaf, confundir a sua voz com a dela Bibi se fixa menos na cantora temperamental para valorizar de preferência a mulher desesperada, de destino solitário e profunda humanidade, de que não está ausente até a brincadeira moleque.
Naquele ser desprotegido, arruinado pela droga, tudo se desculpa, porque se purifica na essência de uma canção maravilhosa. Piaf é, de todos os pontos de vista, a criação maior da carreira de Bibi, feita de tantas iluminações". Dirigiu ainda inúmeros programas de televisão e shows de artistas da música popular brasileira, como Maria Bethânia e Clara Nunes nos anos 70 e 80.
Nos anos 90, Bibi Ferreira reviveu seus maiores sucessos, remontando Brasileiro, Profissão: Esperança e fazendo um espetáculo em que cantava canções e contava histórias de Piaf. Em Bibi in Concert, comemorou 50 anos de carreira e, depois de anos de temporada, fez o Bibi in Concert 2.
Em 1996 recebeu o Prêmio Sharp de Teatro. Encenou Roque Santeiro, de Dias Gomes, em versão musical.
Em 1999, dirigiu pela primeira vez uma ópera, Carmen de Georges Bizet.
No ano de 2001, Bibi estreia no Rio de Janeiro o espetáculo Bibi Vive Amália, no qual contava e cantava a vida da grande fadista portuguesa Amália Rodrigues.
No ano de 2003 foi homenageada pela escola de samba carioca Viradouro .
Em 2003 dirigiu Antônio Fagundes em Sete Minutos.
Em 2004, lançou CD e DVD do show Bibi Canta Piaf, em que a artista interpretava a cantora francesa Edith Piaf.
Em outubro de 2005, Bibi Ferreira estreou o show Bibi in Concert III - Pop, em São Paulo.
Em 2007 Bibi voltou ao teatro de prosa em Às favas com os escrúpulos, de autoria de Juca de Oliveira e dirigida por Jô Soares
Em 2009, em pleno Ano da França no Brasil, voltou ao palco do Maison de France para uma curtíssima temporada de "Bibi canta e conta Piaf", do alto dos 87 anos, quando cantou Piaf e La Marseillaise, além do Chant des partisans. Bibi nunca aceitou papéis em telenovelas, pois não se sente à vontade vivendo personagens na telinha.
O veículo se adequa melhor ao seu temperamento histriônico de apresentadora, onde cria estilo único. Ao lado de Hebe Camargo, Sonia Ribeiro, Lídia Mattos e Marly Bueno, entre outras, ela é, como as colegas, a personificação da apresentadora clássica, mas com acessórios a mais: além de ser poliglota, transmite uma credibilidade que vem de sua ampla cultura, e faz isto com charme imbatível. 





fotos: divulgação








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